Veruska

(imitando som de caminhão) Prontin, Wag. Cheguei!

Wagner

O que é isso que tu está vestindo, Veruska?

Veruska

É minha roupa de caminhão, não deu pra notar?

Wagner

Claro! Tá incrível! Tu fez com papelão, cola e tinta guache?

Veruska

Com certeza! E ainda usei um cano velho para fazer o escapamento.

Wagner

E tu vai para onde nesse caminhão, Veruska?

Veruska

Vou andar pelas estradas desse Brasil afora! (imitando buzinha)

Wagner

Aaaaain, eu quero também. Sempre quis dar uma volta ao mundo.

Veruska

Então, pode subir na boleia do meu caminhão que a gente vai agora.

Wagner

Mas fiquei só com uma dúvida: qual estrada a gente pega primeiro?

Veruska

Hum… Podemos começar por essa… Não!

Wagner

E que tal essa aqui? Hum.. Também não!

Veruska

Acho que vamos precisar de ajuda para começar essa viagem, hein?

Wagner

Tenho certeza. E a nossa convidada é a pessoa certa para isso!

Veruska

Eita, ela também já vestiu um caminhão de papelão?

Wagner

Não. Mas desbravou muitas estradas por aí. Pode entrar, Seu João Marcos

Vinheta de Abertura

Wagner

Olá, pessoal! Eu sou Wagner!

Veruska

E eu sou Veruska!

Wagner

Você já se perguntou o que vai ser quando crescer?

Veruska

Então, venha conhecer o mundo das profissões!

Wagner

Sejam bem-vindos e bem-vindas ao...

Ambos

Quando eu era criança!

Veruska

Episódio de hoje – O que faz um caminhoneiro?

João

Opa, estamos aqui, né, pra ajudar, né, colaborar aí com as criançada aí e fazer aí essa viagem aí magnífica que a gente vai seguir agora, né?

Wagner

Vamos embora nessa viagem.

Veruska

Entra aí, vem-se embora, seu João. Então, a gente sabe, né, seu João, que ser caminhoneiro é uma profissão que, mesmo que a gente não perceba, ela é muito presente no nosso dia-a-dia, né?

Wagner

Sim, sim, claro. Senhor João, como é que você explicaria seu ofício para as crianças que estão nos ouvindo agora?

João

Assim, ser caminhoneiro, o legal de tudo é que você tem aquela curiosidade de conhecer lugares, saber como levar as mercadorias até... Lugares que você acha que não vai conseguir chegar, né? Porque, tipo, tem regiões, né? O nosso brasilzão aí, ele tem muitas regiões, né? Regiões até que você pensa que o caminhão não vai chegar lá. Mas hoje já existe segmento que o caminhão, mesmo quando ele não consegue ir por via terrestre, ele consegue ir de balsa, o caminhão na balsa? Você vai pra manaus, você passa sete dias com as carretas em cima das balsas. É mesmo? Mais de cem carretas, transportando mercadoria, sem parar. Vinte e quatro horas. Até manaus.

Wagner

Nossa, eu não sabia disso, que o caminhão também ia pra água.

João

Vai de balsa, né? Marabá, vai de balsa. E aí, a gente... Às vezes tá usando um produto que veio da zona franca de manaus e que pensa que veio de avião, mas veio de caminhão, mas teve que passar por balsa, né? Teve que passar dias pra chegar até o destino final.

Veruska

Terra, água, tudo pra chegar. E quando o senhor era pequeno, já gostava de brincar, de dirigir?

João

Sim, sim, já veio da família, né? Papai era caminhoneiro, meus irmãos eram caminhoneiros, e aí, meus brinquedos eram um caminhãozinho, lógico, pequenininho, né? Já tava treinando de pequenininho, né? Então, a profissão, ela já veio no sangue, né? Já veio de infância, já. Antigamente, era muito comum os filhos acompanharem a profissão que o pai seguia. E eu não sou diferente, fui um desses aí.

Veruska

Então, agora a gente vai, né? Para o momento que a gente mais gosta.

Wagner

É a hora do nosso convidado brincar com a gente.

Veruska

Isso!

Wagner

Vamos começar com um jogo chamado Sotaque daqui, sotaque dali.

Vinheta de Quadro – Sotaque daqui, sotaque dali

Veruska

E nesse jogo, os caminhoneiros e as caminhoneiras, né? Eles dirigem pelo brasil afora, sempre levando muitas cargas por aí, né? Isso, seus nomes?

João

Sim, sim.

Wagner

E nesse caminhão passam por diversas cidades, estados, regiões do país.

Veruska

Isso. E agora nós vamos brincar de fazer perguntas com o senhor usando os sotaques do brasil.

Wagner

E você vai responder acompanhando esses sotaques.

Veruska

O senhor já rodou o brasil todo.

Wagner

Já ouviu muito sotaque, né?

Veruska

Vamos lá. Primeiro sotaque. Seu João, qual é a cidade que você mais aprecia a culinária? Conta pra gente.

Wagner

Com sotaque. Nossa senhora.

João

Eu gosto lá do bh, né?

Veruska

Você gosta de um feijãozinho mineirinho, queijinho?

João

Queijinho, né? Um feijãozinho tropeiro da hora, né, sô? Entra em balsa.

Veruska

Um pãozinho de queijo, né? Um pãozinho de queijo muito bom.

Wagner

Qual o tipo de música que você mais gosta de escutar na estrada da church?

João

Bate, tem que ser, né? As músicas aí do léo santana, né? Tem que ser sertanejo, né? Dá uma qualidade, tchê.

Veruska

É tudo sertanejo daí, não é?

João

Pois é, então.

Veruska

Que chique, esse convidado conhece mesmo esse brasil do oiapó, que é o chuí.

Wagner

E chegou a hora do quadro FonFon.

Vinheta de Quadro – FonFon

Veruska

No meio da estrada, os caminhoneiros e as caminhoneiras sempre precisam usar a buzina.

Wagner

Pode ser para chamar a atenção de alguém, para evitar um acidente.

Veruska

E nesse quadro, vamos fazer perguntas para o nosso convidado.

Wagner

E o senhor vai responder usando sons de buzina.

Veruska

Pém, pém. Pode ser? Pém, pém.

Wagner

Fom, fom. Cada um buzina como sabe, como pode.

João

Vamos lá.

Wagner

Pém, pém. Qual foi o lugar pém mais longe? Pém, pém. Que o senhor já dirigiu?

Veruska

Pém.

João

Santa catarina.

Veruska

Seu João, qual foi a situação mais engraçada que o senhor passou?

João

Na hora que uma pessoa faz uma manobra que não está esperando na frente, de repente, fazer um retorno do traivido. Fatal, né?

Veruska

Aí dá aquele susto e o senhor já aperta a buzina.

João

Aperta que é automático.

Veruska

Que buzina não é freio! E agora é o momento do jogo ‘E se…’

Vinheta de Quadro – E se…?

Veruska

Nesse jogo, vamos fazer perguntas começando com ‘E se…’

Wagner

… e nosso convidado vai usar bastante a imaginação para responder!

Wagner

Está preparado? E se um caminhão fosse dormir no meio da estrada, ele ia preferir luz acesa ou luz apagada?

João

Ah, luz apagada.

Veruska

Né? E se você pudesse se transformar em um caminhão, como é que ele seria?

João

Ah, seria muito louco.

Veruska

Ah, é?

João

Conta aí. Com muita música, tipo uma discoteca, né?

Veruska

Muitas luzes coloridas.

João

Muitas luzes coloridas, fiscando, né? Pra chamar bastante atenção, né?

Wagner

Nossa, eu ia querer comer tudo.

João

De longe já, você já veria.

Veruska

Ele andaria rápido ou devagar?

João

Devagar, né? Que é pra o povo acompanhar, né?

Veruska

Ah, pra o povo acompanhar.

João

Acompanhar, né? Tipo assim, já um tri-elétrico, né? Isso.

Veruska

E caberia muita gente dentro dele?

João

Com certeza.

Veruska

Ah, arrasou. E tocaria sartanejo, é?

João

Também.

Veruska

Também.

João

Principal sartanejo. Roberta miranda, né? Roberta miranda. Isso, Sula miranda também, né?

Veruska

Isso, as rainhas. Rainhas de família. Total.

Wagner

Agora chegou a hora do nosso Dicionário.

Vinheta de Quadro – Dicionário

Veruska

A gente vai te pedir para você explicar algumas coisinhas que a gente não sabe.

Wagner

São algumas palavras ou expressões que aparecem na sua profissão e a gente não faz ideia do que é.

Veruska

Por exemplo, o que danado é pedágio?

João

Pedágio é uma taxa que se paga quando você vai transitar em uma rodovia mais bem privilegiada, com boas condições de uso, de tráfego e habilidade. E aí também tem mais segurança. Isso aí tem que pagar esse pedágio.

Veruska

Elas são privatizadas?

João

São privatizadas. Na maioria das vezes são privatizadas. E é onde a gente se sente melhor para trafegar. Aí paga-se esse pedágio.

Wagner

E o que é carga?

João

Carga é tudo aquilo que você coloca em cima do seu caminhão. Só que tem vários segmentos. Pode ser carga viva, carga líquida ou carga sólida.

Veruska

E o que é boleia?

João

A boleia é a cabine do caminhão, onde você fica o maior par do tempo trabalhando. Você ali opera o caminhão, dirige o caminhão, dorme dentro do caminhão, dorme na boleia, né? E dirige dentro da boleia.

Veruska

Ai, amigo!

Wagner

O que foi, Veruska?

Veruska

A viagem está chegando ao fim.

Wagner

Não, a gente tem ainda muitas estradas por aí para desbravar.

Veruska

Pois é, mas esse passageiro a gente vai ter que deixar.

Wagner

Nós vamos ter que deixar essa carga.

Veruska

Vamos deixar nosso amigo. Foi uma delícia, mas a gente vai ter que chegar nesse momento final.

Wagner

Nas nossas perguntinhas finais. João, quem mais te inspirou na tua profissão, na tua carreira e por quê?

João

Então, foi meus irmãos, né? Quando eles chegavam em casa, com aqueles caminhõezões bonitão, aí ia lavar o caminhão, lavar as rodas, passar aquele pretinho na roda e aquele ronco do caminhão, né?

Wagner

Como é o ronco do caminhão?

João

É aquele motozão, né? E aí, troca de imagem, né? Passava um, passava dois, eu falava... Aí você ia trocando, mas aquela ali me encantava.

Veruska

E o que o senhor diria para as crianças que amam brincar e dirigir e querem seguir essa profissão assim como o senhor?

João

Qual é o conselho? Isso é importante. Primeiro que elas aprendessem e respeitassem as leis de trânsito. Levasse isso muito a sério, principalmente quando ele estivesse em grandes centros urbanos, principalmente para respeitar as faixas de pedestre, usar velocidade reduzida, que fosse compatível com a faixa, que ele tivesse orgulho de fazer o que gosta, porque se ele fizer o que gosta, ele jamais vai cometer acidente.

Wagner

Agora, seu João, imagina só que a gente pegasse uma estrada que levasse direto pro passado e o senhor pudesse reencontrar aquele

João

zinho criança que brincava de caminhão, que ficava encantado com as rodas pretas ilustradas dos caminhões dos seus irmãos. O que é que você diria pra aquela criança?

João

Ele procurasse investir mais na qualidade do sonho dele, né? Porque ser caminhoneiro pra mim foi um sonho. Eu fui caminhoneiro e sou caminhoneiro até hoje, mas pra mim com muito orgulho. Eu nunca me deixei me abater por nenhuma dificuldade. Apesar de que, muitas vezes, você sofre na estrada. Às vezes o caminhão se quebra em lugares de zé. Eu, por exemplo, quebrei uma vez na frente de um cemitério, a 1h30 da manhã, e num lugar que só tinha um cemitério e a estrada. E aí?

Veruska

Vai pedir ajuda a quem?

Wagner

Sim.

João

Socorro!

Wagner

Até quem vier se ajudar, eu desconfio ainda.

João

Então, eu só fiz fechar a cortina do caminhão, joguei o caminhão para o acostamento, para tirar da faixa de rolamento. Finalizei. O caminhão estava quebrado, apaguei de todo lado, bem distante da via, para evitar um acidente. E fui dormir. Hoje eu vejo que tem pessoas que têm medo de passar na frente do cemitério.

Wagner

Eu sou uma dessas pessoas.

João

Ah, é? Ah, mas quem morre não morre.

Veruska

Eu tenho medo é dos vivos, seu João.

João

Lógico, com certeza.

Wagner

Mas às vezes tem uns que parecem que estão vivos e não estão.

João

É porque tem gente que não deveria nem ter nascido, né? Que já perdeu a vida.

Wagner

Seu João, eu quero agradecer muito a sua presença aqui no nosso programa. Foi uma maravilha fazer essa viagem com o senhor.

Veruska

Ah, eu adorei também, seu João. Você é uma simpatia de pessoa. As suas histórias, se a gente ficasse aqui o dia todo, com certeza você teria muitas histórias mirabolantes que você já presenciou de tantos anos aí de estrada, né?

João

Eu quero agradecer a vocês também pela oportunidade de poder repassar um pouco do meu conhecimento para esse público tão ilustre que é as crianças, que estão aí tentando começar uma nova fase da vida. E estou sempre disponível para vocês quando precisar de alguma coisa, de algum esclarecimento. É pena, diante de tanto tempo que eu rodei, não poder contar todas as histórias que eu já passei.

Wagner

Foi uma maravilha ter você conosco. Foi maravilha ouvir suas histórias. Muitíssimo obrigado por isso.

João

Fique à vontade. Obrigado a vocês também.

Veruska

Muito, muito, muito obrigada, sr. João. Foi incrível a participação aqui. Acho que é importante essa sua profissão, porque muita gente não se dá conta. A gente até comentou no início que a sua profissão está no nosso dia-a-dia. A gente não percebe, mas o fato da gente estar comendo, a comida está ali, quem é que traz no lugar do outro? É o caminhoneiro, os produtos que a gente utiliza.

Wagner

O que compra pela internet.

Veruska

Exatamente. Os remédios que chegam aos hospitais. Tudo tem vocês por trás.

João

Eu costumo resumir essa sua afirmação da seguinte maneira, o caminhão ele é um finalizador da logística, porque pode vir de avião, pode vir de navio, mas quem vai te entregar na tua porta é um caminhão, ou um mini caminhão, ou um caminhão que vai pegar numa central de carga, digamos, no porto, levar para um depósito para fazer a logística, sempre vai ter a participação do caminhão.

Veruska

Muito bem. E a gente quer agradecer os nossos ouvintes, as nossas ouvintes que ficaram com a gente hoje.

Wagner

A todo mundo que nos ouviu. Um beijo e até a próxima.

Veruska

Um beijo e até a próxima. E, seu João, leva a gente pra algum canto?

Wagner

Por favor.

Veruska

Nesse teu caminhão?

Wagner

Faz a gente viajar na maionese?

João

Vamos embora, então. Dá uma viagem até porto seguro, né?

Veruska

Oxe, agora!

Wagner

Agora!

Veruska

Um, dois, três, quatro, cinco, seis.

Vinheta de Encerramento

Direção – Filipe Carvalho e Márcio Andrade

Roteiro - Márcio Andrade

Desenvolvido a partir do formato criado originalmente por Márcio Andrade

Produção e Produção Executiva – Pollyanna Melo

Pesquisa e Produção – Karinë Ordonio

Apresentação – Andréa Veruska e Wagner Montenegro

Estúdio de Áudio – Falante Áudio

Atendimento - Mariana Bandeira

Edição, Mixagem e Finalização - Sergio Kyrillos

Trilha Sonora - João Santos

Composição Gráfica, Site e Gestão de Redes Sociais: Mirah Ateliê de Ideias (Paula K. e Juliana Santos)

Ilustrações: Paula K.

Conteúdo Digital e Imprensa – Gabriela Araújo Comunicação

Controller – Carol Acioli

Contabilidade – Paulo Ferreira

Realização – Combo Multimídia e Margente Filmes

Incentivo – Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - Funcultura