Wagner

Veruska! A montanha-russa foi incrível! Tu ia ficar tonta, mas ia adorar.

Veruska

Aham. Legal, Waguinho. Fiquei muito feliz por você.

Wagner

Ô, Veruska, o que foi, hein? Você não quis vir comigo na montanha-russa e agora tá desse jeito? Não tá animada de vir no parque não, é?

Veruska

Eu gostei, amigo. Na verdade, vir, sabe? Mas, sei lá... Eu queria ir em todos os brinquedos, sabe? No bate-bate, na montanha-russa, no barco dos piratas...

Wagner

Ai, Veruska, e por que que tu não vai?

Veruska

Poxa... É que eu tô com vergonha de dizer.

Wagner

Vergonha de mim? Mas a gente já foi pra tantos lugares juntos. Vai, pode falar.

Veruska

Verdade, né? Mas sabe o que é? Deixa eu te dizer, eu morro de medo de altura.

Wagner

Ai amiga, mas olha, não tem que se envergonhar disso não. É normal. Muita gente tem medo de altura.

Veruska

Tu acha? Eu me sinto tão esquisita porque todo mundo vai em todos os brinquedos e adora, se diverte, brinca. Mas eu não me sinto bem. Sei lá, me bate um sentimento ruim, sabe?

Wagner

Sabe o que eu tô pensando, Veruska? Pode ser que você tenha passado por uma situação assustadora, assim, com altura no passado, e aí tu ficou pensando demais nisso, e aí veio esse medo.

Veruska

E é? E como eu posso ter certeza disso, hein?

Wagner

Olha, eu acho que é bom tu procurar uma psicóloga ou um psicólogo, né? Essas pessoas é que ajudam a gente a se conhecer melhor, e daí ajudam a gente a vencer nossos medos.

Veruska

Ah, então eu quero falar com essa pessoa. Então eu acho que vamos pegar agora umas dicas com a nossa convidada.

Wagner

Eu ouvi dizer que ela é fera na arte de ajudar a gente a se conhecer.

Veruska

Ah, ela é mesmo, viu? Seja muito bem-vinda ao nosso divã do "Quando eu era criança", Juliane Rodrigues!

Wagner

Olá, pessoal! Eu sou Wagner!

Veruska

E eu sou Veruska!

Wagner

Você já se perguntou o que vai ser quando crescer?

Veruska

Então, venha conhecer o mundo das profissões!

Wagner

Sejam bem-vindos e bem-vindas ao...

Veruska

Quando eu era criança! Episódio de hoje: o que faz uma psicóloga?

Wagner

Bem-vinda, Juliane! Juliane, falar sobre os nossos sentimentos é uma prática muito importante e que nem sempre sabemos como fazer. E uma psicóloga ajuda muito nisso, né?

Juliane

É, ajuda bastante.

Veruska

E aí, como é que tu explica a tua profissão pra todas as crianças que estão acompanhando esse programa?

Juliane

Bem, eu posso usar um pouco da fala de uma criança que eu atendi, né? De 6 anos. Ele tava no ônibus, né? O motorista perguntou a ele: "Pra onde tu vai?" Eu vou pra psicóloga. "E tu vai falar o que na psicóloga?" Ela é a médica das emoções.

Wagner

Ai, que coisa mais linda!

Veruska

Adorei essa resposta.

Wagner

E quando você era criança, você já gostava de ouvir as emoções das pessoas?

Juliane

Gostava.

Wagner

Sério?

Juliane

Eu gostava de ficar ouvindo as conversas dos adultos.

Veruska

Era a tua brincadeira preferida?

Juliane

Era... eu gostava de escutar, que eu ouvia os aconselhamentos que o povo dava, né? Meu pai é pastor, minha mãe é missionária, eles ficavam dando aconselhamento e eu ficava lá espiando. Mas eu gostava também de ajudar os probleminhas dos meus amigos, né? Então sempre tava ali pra ajudar, dar soluções. Eu sempre era apaziguadora, né? Apaziguadora é aquela pessoa que acalma os outros, né? Aí fazia aquele joguinho, né? De acalmar o povo, vamos resolver esse problema devagarzinho e tal. Eu acho que eu sempre fui psicóloga.

Veruska

Então tu é uma boa ouvinte, né?

Juliane

Sou.

Wagner

Tu gostava de ouvir atrás da porta?

Juliane

Um pouco.

Veruska

Tu botava o copo ali na parede pra ficar ouvindo a conversa?

Juliane

Oxe, eu espiava pela brechinha da fechadura...

Veruska

Gosto, gosto.

Juliane

Criança é curiosa, né? E a gente não deve perder essa curiosidade.

Veruska

Jamais. E quando foi que você decidiu, não, eu quero ser psicóloga?

Juliane

Rapaz, se eu te disser que eu… quando eu fui escolher a carreira, né? Eu nunca pensei em ser psicóloga, porque eu não sabia o que era de verdade.

Veruska

Eita!

Wagner

Eita, como surgiu isso?

Juliane

Foi assim, eu queria ser dentista, mas tinha medo de sangue. Então não ia rolar, né? Não ia rolar.

Wagner

Eu também tenho medo de sangue.

Juliane

Não ia rolar. Aí, minhas colegas disseram, ô, Juliane, tu é nossa psicóloga. Eu disse, oxe, que é isso? Aí, fui, pesquisei, né? Eu disse, oxe, não é que dá? Aí, eu: "vou fazer esse curso". Aí, passei na faculdade, né, e fui fazer o curso. Cada vez que eu ia assistindo as aulas do curso, eu disse "poxa, é isso". Eu sou isso. Caramba, é isso. Psicóloga é massa. Então, me encontrei, de fato, fazendo o curso.

Veruska

E você é uma boa guardadora de segredos?

Juliane

Com certeza. Tem que ser.

Veruska

Tem que ser, né?

Wagner

Então não pode ser fofoqueira.

Juliane

Não, de jeito nenhum.

Veruska

Pode ser fofoqueira, porque você gosta de conversa. Mas você não pode ser fuxiqueira, espalhar. É diferente. Não pode espalhar. Só gosta de ouvir, anotar ali e ajudar.

Wagner

Agora, eu tenho uma pergunta. Por que o videogame foi ao psicólogo?

Juliane

Porque eu não sei.

Wagner

Porque estava passando por uma fase difícil.

Veruska

Chegou agora a minha hora favorita, que é a hora de brincar.

Wagner

Uhuuu! Essa é a hora favorita desse programa.

Veruska

É. E ao longo da nossa vida, nós lidamos com vários sentimentos.

Wagner

É medo, alegria, tristeza, amor, raiva. Às vezes, muitos deles juntos, não é?

Veruska

E por isso que agora a gente vai brincar de “Luz, Câmera, Ação”!

Wagner

A gente vai fazer uma pergunta interpretando um sentimento e Juliane vai nos responder acompanhando esse sentimento. Fazendo o mesmo sentimento que a gente tá fazendo. Certo?

Juliane

Sim.

Veruska

Olha meu sentimento. Juliane, o que você faz quando você sente medo?

Juliane

Eu choro!

Veruska

Que delícia!

Wagner

Juliane, o que você faz quando tem uma crise de riso?

Juliane

Eu sorrio tanto que cai lágrima de mim.

Wagner

Ai, que difícil.

Veruska

Gente, como é difícil falar de coisas felizes demonstrando, né? Tristeza, gente.

Juliane

Demais.

Veruska

Falar coisas alegres sendo triste. Estou muito confusa. É muita relação de sentimentos. Há muitos sentimentos dentro de mim.

Wagner

É, Veruska, mas olha, eu acho que a gente aprende com todos os sentimentos, cada um deles. Com os bons, com os nem tanto assim, com os que nunca aparecem, com os chatinhos, com todos, né?

Veruska

É, então, por isso agora nós vamos para o nosso segundo quadro. Vamos brincar de “Eu Sinto Muito”

Wagner

Na nossa cabeça, existem várias imagens que a gente lembra.

Veruska

Isso. E quando a gente revê essas lembranças, elas podem trazer pra gente vários sentimentos.

Wagner

Nesse quadro, a gente vai descrever uma cena pra você imaginar, Juliane.

Veruska

E você vai dizer, Juliane, qual o sentimento que vem até você quando você pensa nessa cena. Pode ser?

Juliane

Claro.

Wagner

O que você sente quando vê um cachorrinho brincando na praia?

Juliane

Eu acho tão fofo! A alegria, né? Da vontade de estar brincando com ele.

Veruska

Da vontade de abraçar, de apertar. Não dá? E o que você sente quando lembra do momento mais especial da tua vida? E qual é esse momento? Você pode contar pra gente?

Juliane

O momento mais especial da minha vida?

Veruska

Toda a tua vida.

Juliane

Meu Deus, é muita coisa. Deixa eu te resumir. Eu acho que o momento mais especial da minha vida, acho que é quando eu me casei.

Wagner

Teve comidas gostosas? Mulher, eu adoro casamento!

Veruska

Tu tava de vestido de noiva toda branca?

Juliane

De princesa.

Veruska

Ah, princesa! Que tudo! Ai, amei.

Wagner

E assim, o que você sente quando você ajuda alguém a superar um problema?

Juliane

Uma alegria, uma satisfação, sabe? De ver a pessoa crescendo, evoluindo, se encontrando, se posicionando, porque a coisa mais difícil na vida, desde a gente criança, é a gente conseguir se posicionar. E quando a gente cresce, consegue dizer os nãos, os bastas, que todo mundo precisa. Até os pais, hein? Precisam de limites.

Veruska

Olha aí!

Juliane

Não é só as crianças, não. Mas quando a pessoa começa a assumir a sua própria vida, eu acho isso incrível.

Veruska

Ah, eu quero também ajudar outras pessoas como tu. Deve ser muito bom, né?

Juliane

É, mas você pode também.

Veruska

Posso?

Juliane

Claro, todo mundo pode ajudar um ao outro. É só estar disposto a escutar, a acolher, né? Porque nem todo mundo tá pronto pra ouvir.

Veruska

E chegou agora a hora, né, da gente trabalhar outras partes do nosso cérebro.

Wagner

É a parte da imaginação, porque é a hora do nosso jogo do “E se...”

Veruska

A gente vai fazer umas perguntinhas pra você.

Wagner

E você precisa responder usando o máximo da sua imaginação. Vamos lá?

Juliane

Tenho de sobra, vamo simbora.

Veruska

Vamos lá. E se você pudesse viajar para dentro dos seus sonhos, tem algum que você lembra e que gostaria de ir?

Juliane

Ah, pronto. Ontem eu meio que realizei um. Só que pra minha sobrinha, né? Eu queria muito uma cabaninha, né? Quando eu era criança, eu gostava dessas coisas, pra gente ficar lá dentro da cabaninha, construir a nossa casinha pequena. Aí ontem eu levei uma cabaninha pra ela, ela ficou tão feliz, eu entrei dentro da cabana também.

Wagner

Ah, então já entrou nesse sonho!

Juliane

Foi!

Veruska

Você comprou o sonho e entrou no sonho.

Wagner

Agora, e se você pudesse bater um papo com os monstros que ficam embaixo da cama? Todo mundo tem os monstros embaixo da cama. O que é que você diria para eles?

Juliane

Eu mandava eles irem embora.

Veruska

É mesmo.

Juliane

E então? Gritava né?

Wagner

Será que isso ia acontecer?

Juliane

Não sei, aí eu pedia ajuda.

Veruska

Eu também mandava eles ir embora. Sabe quando eu ia mandar eles? Pro parque de diversões. Ó, vai-te embora pra lá. Oxe…

Juliane

É, pra ver se eles se divertem e param de aperrear a pessoa…

Veruska

Vai lá, vai com o castelo dos horrores.

Juliane

É isso, é o lugar deles.

Veruska

É, não é aqui não.

Wagner

Então, enquanto a tristeza vai passear lá no parque, a gente continua aprendendo um pouco mais sobre o mundo da psicologia.

Veruska

E pra saber um pouco mais desse universo, é a hora do nosso “Dicionário”.

Wagner

Aqui a gente vai falar algumas expressões e a sua missão, Juliane, é dizer o significado delas.

Veruska

Vamos lá?

Juliane

Vamos embora.

Veruska

Então, a primeira palavra é “Fobia”. O que significa?

Juliane

É um medo incontrolável, que a gente não consegue controlar. A gente fica apavorado.

Veruska

Ah, eu acho que é o que eu tenho de altura, então. Eu acho que é isso, fobia. Que eu fico com medo danado e eu não consigo ir com ele na montanha-russa.

Wagner

A outra palavra é o que é a “Ansiedade”.

Juliane

A ansiedade é quando a gente... A ansiedade é boa, tá? Só quando ela fica descontrolada que ela fica, né, horrível. Mas ansiedade é uma coisa mediando a antecipação. A gente fica antecipando as coisas o tempo todo. Tipo, a gente fica com a fala acelerada porque quer que a coisa termine logo. A gente quer fazer as coisas rápido. E aí entra a ansiedade, né? Aí já vem as crises de ansiedade, por aí vai. Todo mundo tem ansiedade. Isso é...

Wagner

Todo mundo tem?

Juliane

Todo mundo tem. O problema é a questão quando ela domina a gente. Quando ela domina, aí a gente tem que trabalhar ela.

Wagner

Entendi. Juliane, o que é “Trauma”?

Juliane

Trauma é alguma coisa que marcou a gente. Marcou de forma negativa. A gente traumatizou. A gente fica com aquele... Vamos dizer, a gente vive em uma... Fui pra piscina, não sabia nadar e acabei me afogando um pouquinho. Só que alguém logo me salvou. Gerei um trauma. Nunca mais quero ir pra piscina porque fiquei com medo de entrar na piscina. Eu lembro toda vez que eu lembro que eu entrei na piscina sozinha. Eu me afoguei, então não vou mais. Aí gera um trauma.

Veruska

E tudo isso a gente pode curar?

Juliane

A gente pode tratar. Tem coisa que tem tratamento, né?

Veruska

Que ótimo.

Wagner

E agora estamos indo para as nossas perguntinhas finais.

Veruska

É hora da despedida, as últimas perguntinhas pra gente fechar o consultório.

Wagner

É o finalzinho da nossa terapia.

Veruska

Juliane, quem mais te inspirou na tua profissão e por quê?

Juliane

Foi os meus professores mesmo. Eu fui conhecendo como é a clínica e fui me encantando. E quem mais me motiva pra estar no consultório são os meus clientes, né? Que eu vejo o processo deles evoluindo e aí eu fico encantada e me apaixono cada vez mais.

Wagner

E o que é que você diria para as crianças que estão nos ouvindo e que também adoram escutar as pessoas, pensar nos problemas das pessoas, tentar ajudar de alguma maneira e que querem seguir a psicologia quanto profissão? O que é que você diria para elas?

Juliane

Ah, venha embora, cresçam, continuem sendo pessoas que acolhem os outros, busque também acolhimento, né? Mas que venham simbora crescer, pra gente crescer mais ainda a nossa profissão, pra gente mudar o mundo, pra todo mundo ficar mais feliz.

Veruska

E se a gente pudesse te levar pra um passeio, e nesse passeio tu fosse voltar lá pra tua casa da infância, encontrar a

Juliane

que adorava ouvir a conversa dos adultos por trás da porta, botar um copo ali na parede pra ouvir melhor. O que que você diria pra essa menina?

Juliane

Olha, vai seguir psicologia, visse? Tu não pensa em dentista, não. Que tu vai crescer e vai ajudar muita gente, coisa linda.

Veruska

Vai sim. E já tá ajudando e vai ajudar bem mais, né?

Wagner

Juliane, eu quero te agradecer muito pela tua presença aqui no nosso programa. Foi uma delícia esse papo. Tão acolhedor, tão fofo. Muito obrigado.

Juliane

Vocês são fofos.

Veruska

Você que é uma fofa. Gente, ela é muito tímida, mas ela é muito fofa. Ela fica aqui, ó: Falando e rindo. Ai, muito linda, muito linda. Eu quero que você, assim, essa tua profissão, eu tenho certeza que você já ajudou e vai ajudar muita gente, assim. E você tem uma, sabe, traz uma calmaria. Imagino como deve ser, ser consultada com você. Deve ser ótimo.

Juliane

Lindos Obrigada pelo convite.

Veruska

A gente que agradece. E a gente também agradece a todo mundo aí que tá ouvindo. Exatamente. Vocês que são bons ouvintes aí, ó.

Juliane

Espero ter ajudado vocês também, tá? A entender um pouquinho da minha profissão.

Wagner

Com certeza você ajudou, Juliane. A todo mundo que tá ouvindo a gente, muitíssimo obrigado. Um beijo e até a próxima.

Veruska

Até a próxima, pessoal. Porque, ó, agora... Eu peguei... Juliane, eu tô com uma lista de coisas que eu queria que tu me ajudasse...

Wagner

De problemas? De problemas, Verus?

Veruska

Olha, são cinco páginas de coisas, de dicas que eu queria que você me... Tu pode me consultar?

Juliane

Lógico. Te ajudo, te ajudo… Devagarzinho, com calma. Sem ansiedade.

Wagner

Não, esse é o primeiro. Direção: Filipe Carvalho e Márcio Andrade.

Veruska

Roteiro: Filipe Carvalho.

Wagner

Desenvolvido a partir do formato criado originalmente por Márcio Andrade.

Veruska

Produção e produção executiva: Pollyana Melo.

Wagner

Pesquisa e produçã: Karine Ordônio.

Veruska

Apresentação: Andréa Veruska e Wagner Montenegro.

Wagner

Estúdio de gravação: Falante Áudio.

Veruska

Atendimento: Mariana Bandeira.

Wagner

Edição, mixagem e finalização: Sérgio Kyrillus.

Veruska

Trilha sonora de abertura: João Santos.

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Composição gráfica, site e gestão de redes sociais: Mirah Ateliê de Ideias, Paula K. e Juliane Santos.

Veruska

Ilustrações: Paula K.

Wagner

Conteúdo digital e imprensa: Gabriela Araújo Comunicação.

Veruska

Controller: Carol Accioli.

Wagner

Contabilidade: Paulo Ferreira.

Veruska

Realização: Combo Multimídia e Margente Filmes.

Wagner

Incentivo: Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura. Funcultura